segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Texto: Revolta da Chibata

Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC
Formador: Erivaldo da Silva Santos
Aluna: Darlene Maria de Araújo Silva


REVOLTA DA CHIBATA – 1910
                                                 Revolta da Chibata: : o nosso Potemkin

           1. INTRODUÇÃO

Foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos que culminou na baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, com um motim liderado pelo marinheiro João Cândido Felisberto, o “Almirante Negro”, entre os dias 22 e 27 de novembro de 1910. 

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros. 

           2. ANTECEDENTES DA REVOLTA


Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República (1889), foram restabelecidos no ano seguinte (1890) por um decreto nunca publicado no Diário Oficial, o qual, mesmo assim, foi tomado por base pela Marinha de Guerra, estando nele previstas:

     "Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo.

       Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos na época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. 
 Marinheiros no Encouraçado São Paulo
Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Grã-Bretanha, em 1909, de onde voltaram influenciados não apenas pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905.

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.




3. REINVINDICAÇÕES
João Cândido, o líder da Revolta
Conhecido como O Almirante Negro

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).
Marinheiros revoltosos. João Cândido ao centro

Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir o bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

Quatro dias mais tarde, 26 de novembro, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "inconveniente à disciplina".

4. A SEGUNDA REVOLTA


A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo. Vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. 

Os revoltosos são presos incomunicáveis. O governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção da borracha.
                                                                                     
João Cândido e alguns companheiros não embarcam no Satélite. Foram recolhidos a uma masmorra da Ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram.

Em abril de 1910, João Cândido foi internado como louco e indigente no Hospital dos alienados (de onde saiu em 1914). Ele e nove companheiros só seriam julgados e absorvidos das acusações em 1º de dezembro de 1912. Mesmo absolvido, foram expulsos da corporação.


Tuberculoso e na miséria, conseguiu, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido pelos militares, não conseguiu voltar para a Marinha de Guerra. Tentou entrar na Marinha Mercante, mas quando descobriram quem era ele, foi "dispensado".


"Passou o resto de sua vida sustentando sua família vendendo peixe na Praça XV (Rio de Janeiro) até que, em 1969 sentiu-se mal e foi levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde viria a falecer de câncer, aos 89 anos de idade, sem patente, sem aposentadoria e até mesmo sem nome."


5. CONCLUSÃO


O movimento de 1910, portanto, foi bem mais que uma simples revolta, instintiva e espontânea. A rebelião daquela noite não questionava a República nem tampouco lutava pelo retorno da monarquia, como queiram os restauradores. Seu objetivo era instituir uma nova relação de trabalho dentro da Armada e lutar pelo reconhecimento dos pobres e negros da Marinha brasileira como cidadãos livres e dotados de direitos.


REFLEXÃO


Você concorda que a Revolta da Chibata não teve os castigos corporais aplicados para punir os marinheiros como  o único motivo dos revoltosos? Dê sua opinião.

6 comentários:

  1. Não; eu acho que a revolta da chibata não surgiu só por causa das chibatadas que eram dadas nos marinheiros; ela também surgiu por vários preconceitos contra os negros e mulatos, já que os mesmos eram pobres e este era o único emprego que eles conseguiam.
    Por serem livres eles se revoltaram com as más condições de trabalhos e lutaram por mais dignidade. Queriam melhores salários;uma alimentação mais adequada; a renovação dos equipamentos dos navios e , por fim ,eliminar o preconceito social e a discriminação racial .

    aluna: fabiana 9:A
    ESCOLA EMACC
    JAÇANÃ RN

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  2. A revolta da chibata começou mais pela discriminação com os negros, os pobres e subalternos do que pelas chibatadas em si. Os marinheiros eram negros e mulatos , por isso eram tratados como no tempo da escravidão.Com isso os marinheiros ficaram revoltados e lutaram para conseguir um tratamento digno de ser humano e para eles conseguirem esse tratamento se revoltaram contra os oficiais e os comandantes.

    Elias Dantas da Silva
    6 de setembro de 2011 10:58

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  3. Ao lermos o texto sobre a Revolta da Chibata, entendemos que não foi só por um único motivo que os marinheiros se revoltaram. Além dos castigos aplicados, eles eram tratados como inferiores, eram humilhados, a alimentação deles era diferente da dos oficiais que os tratavam de forma humilhante.Assim, observava-se a presença do racismo e do preconceito social.Os marinheiros queriam lutar pela dignidade e os direitos da cidadania.

    Escola EMACC
    Alunas: Thallinny Lorianne e Nathália Neyse
    9° ano "A"
    Jaçanã RN

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  4. Eu achei que a revolta da chibata não surgiu só por causa das chibatadas que eram dadas nos marinheiros; ela também surgiu por vários preconceitos contra os negros e mulatos, já que os mesmos eram pobres e este era o único emprego que eles conseguiam.
    Por serem livres eles se revoltaram com as más condições de trabalhos e lutaram por mais dignidade. Queriam melhores salários, uma alimentação de qualidade, a renovação dos equipamentos dos navios e por fim,eliminar o preconceito social e a discriminação racial.

    aluna:Joseane 9;A
    ESCOLA:EMACC
    JAÇANÃ RN
    6 de setembro2011

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  5. A Revolta da Chibata envolveu questões sociais diversas. É certo que os castigos aplicados aos marinheiros desagradavam, mas ainda tinha a questão do preconceito racial e das condições de trabalho indignas. . De modo geral, os marinheiros vinham de famílias daqueles ex-escravos libertados na abolição, sem emprego e sem moradia. Iam para a Marinha para fazer os serviços mais grosseiros. Os seus oficiais e comandantes eram brancos, assim, os humilhava com alimentação inferior, tratamento desumano, salários baixos.
    Quando os marinheiros viajaram e viram a realidade, principalmente na Inglaterra e o levante do encouraçado Potemkim na Rússia, se inspiraram e se prepararam para lutar por uma condição de trabalho digna e justa, sem preconceito e sem discriminação.

    Aluno: Talles - 9º A
    EMACC - Jaçanã - RN

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  6. O líder da Revolta da Chibata tem alguma coisa em comum com Zumbi dos Palmares. Ambos lutaram contra o preconceito racial e discriminação social. Cada um na sua época e na sua realidade.
    Aluna: Vitória Silva Santos

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