terça-feira, 13 de setembro de 2011

Relatório - Projeto: Revolta da Chibata - a luta pela Cidadania


TECNOLOGIAS DA EDUCAÇÃO: ENSINANDO E APRENDENDO COM AS TIC
FORMADOR: ERIVALDO DA SILVA SANTOS
CURSO: UNIDADE II

  • ATIVIDADE 2.6 - PLANEJANDO ATIVIDADES COM HIPERTEXTOS


Relatório da atividade desenvolvida com os alunos


PROJETO: REVOLTA DA CHIBATA – A LUTA PELA CIDADANIA

1º momento:
          

     Os alunos do9º Ano do Ensino Fundamental da Escola Ana Clementina da Conceição – Jaçanã/RN – participaram das atividades propostas no projeto escolar - REVOLTA DA CHIBATA – A LUTA PELA CIDADANIA – a partir do conteúdo enfocando os movimentos sociais na República Velha. Surgiu a necessidade de se aprofundar o tema pois o movimento implicou na conquista da dignidade e da cidadania visto estar ligado aos maus tratos da marinha para com seus marinheiros, na sua maioria, negros e mulatos,  considerados como inferiores pelo oficialato branco, condição esta, deste os velhos tempos da monarquia.


2° momento     
                                                           
     Após discussão em sala de aula e respectivas orientações do professor, os alunos foram conduzidos ao laboratório de informática para ampliarem seus conhecimentos através de pesquisa no blog cujo texto encontrava-se postado. Sob orientação, começaram a leitura, utilizaram os links encontrados no hipertexto e discutiram entre si e com o professor. Finalizaram a pesquisa postando seus respectivos comentários conclusivos a respeito do tema.

3° momento
     Após a pesquisa se envolveram na confecção de cartazes sobre o tema envolvendo informações e imagens retiradas da internet para apresentação em sala de aula.


4° momento
     - Apresentação de trabalho em sala de aula.
     - Questões para responder.  
   
Conclusão
Os alunos manifestaram interesse e satisfação com a utilização das novas tecnologias na ampliação do conhecimento e respectiva aprendizagem. Comentaram que gostaram bastante e que foi muito interessante. Uma forma de aprender diferente e mais rápido.
                                                                          Profª Darlene M. Araújo

Música: O MESTRE SALA DOS MARES

MÚSICA DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC EM HOMENAGEM A REVOLTA DA CHIBATA

Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.

O MESTRE SALA DOS MARES
(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra original sem censura)

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração de toda tripulação
Que a exemplo do marinheiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo


O MESTRE SALA DOS MARES
(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra após censura durante ditadura militar)

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo



     Sobre a censura à música, o compositor Aldir Blanc conta: "Tivemos diversos problemas com a censura. Ouvimos ameaças veladas de que a Marinha não toleraria loas a um marinheiro que quebrou a hierarquia e matou oficiais, etc. Fomos várias vezes censurados, apesar das mudanças que fazíamos, tentando não mutilar o que considerávamos as idéias principais da letra. Minha última ida ao Departamento de Censura, então funcionando no Palácio do Catete, me marcou profundamente. Um sujeito, bancando o durão, (...) mãos na cintura, eu sentado numa cadeira e ele de pé, com a coronha da arma no coldre há uns três centímetros do meu nariz. Aí, um outro, bancando o "bonzinho", disse mais ou menos o seguinte:
  • Vocês não então entendendo... Estão trocando as palavras como revolta, sangue, etc. e não é aí que a coisa tá pegando...
  • Eu, claro, perguntei educadamente se ele poderia me esclarecer melhor. E, como se tivesse levado um "telefone" nos tímpanos, ouvi, estarrecido a resposta, em voz mais baixa, gutural, cheia de mistério, como quem dá uma dica perigosa:
- O problema é essa história de negro, negro, negro..."

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Percepções navegando no hipertexto

Tecnologias na Educação:  Ensinando e Aprendendo com as TIC

Formador: Erivaldo da Silva Santos   

NAVEGANDO NO OCEANO DO HIPERTEXTO (Percepções)

Atividade 2.2. Percepções ao Navegar por Hipertextos
Ao lidar com o hipertexto fui tomada por uma sensação de liberdade de escolha e opções mediante a variedade de possibilidades de ampliação da informação a que me propus pesquisar inicialmente. À medida que ia navegando e percebendo os links destacados, busquei, tanto por sede de mais conhecimento como por curiosidade, abrir o que se apresentava, de forma que fui me estendendo sem perceber. Quase me desviei do propósito inicial. Se por um lado ajudou com a abundância de informações foi preciso atentar-me para não ficar à deriva do foco: são links atrativos e importantes (alguns desnecessários, dependendo do objetivo a que se almeja atingir) que facilitam a busca da informação e a construção do conhecimento com os novos elementos que se revelam no percurso. O que não me interessava fui fechando de imediato para não acrescentar ou perder tempo com conteúdo sem necessidade. Fui além do que esperado, mas tive que ficar atenta, pois, se formos abrindo tudo o que aparece sem objetividade torna-se difícil enumerar cada coisa que se leu devido à pluralidade de informações e formas de apresentações. Deparei-me com novos textos, até mesmos hipertextos, imagens, gráficos, fotos, sons, etc. Não foi difícil retomar ao ponto inicial. Fui fechando os links voltando na seta.
A experiência foi enriquecedora e convincente da importância da interatividade e da organização textual em rede para melhorar a quantidade, a qualidade e a velocidade na presteza da informação. As imagens motivam ainda mais a leitura porque tornam o texto lúdico e prazeroso. O que também mais apreciei é que no hipertexto podemos perceber versões diferentes já que são textos de vários autores, cada contribuindo com sua maneira de pensar. Trata-se de “um texto” flexível e volátil que viabiliza de forma mais prática, rápida e prazerosa da construção do conhecimento.

Hipertexto é...

                   HIPERTEXTO É...

      Hipertexto é um texto digital constituído de um conjunto de informações na forma de imagens, textos, sons, palavras, páginas, referências específicas baseadas em indexações e associações de idéias e conceitos sob forma não-linear, sob a forma de links. A esse texto estruturado por um conjunto de links interligados permite ao usuário a possibilidade de uma leitura livre e flexível. Com ele o leitor vai ampliando e se aprofundando na informação através de uma variedade de informações se aperceber do quanto prosseguiu.
O hipertexto é uma obra com várias entradas, onde o leitor/navegador escolhe seu percurso pelos links. Lemos (2002, pag. 130 apud Aquino, online)

      O texto eletrônico no formado hipertextual possibilita o usuário interagir de uma forma mais dinâmica de modo a não se cansar, visto que vai abrindo novas outras unidades textuais e/ou links direcionando a ampliação das informações do link inicialmente abordado. Através dele podemos obter , de forma quantitativa e qualitativa, uma simultaneidade de produção e circulação de textos numa velocidade superior a transmissão oral.
O hipertexto permite o usuário decidir o rumo a seguir na sua viagem pela leitura, tornando flexível o tempo e o espaço, em relação à construção textual. Ora se encontra links independentes do link inicial, mas a maioria dos que se apresentam estão interligados de forma extensiva. Por isso, hipertexto é uma multiplicidade de nós que facilitam a navegação do internauta. 

    

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Texto: Revolta da Chibata

Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC
Formador: Erivaldo da Silva Santos
Aluna: Darlene Maria de Araújo Silva


REVOLTA DA CHIBATA – 1910
                                                 Revolta da Chibata: : o nosso Potemkin

           1. INTRODUÇÃO

Foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos que culminou na baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, com um motim liderado pelo marinheiro João Cândido Felisberto, o “Almirante Negro”, entre os dias 22 e 27 de novembro de 1910. 

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros. 

           2. ANTECEDENTES DA REVOLTA


Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República (1889), foram restabelecidos no ano seguinte (1890) por um decreto nunca publicado no Diário Oficial, o qual, mesmo assim, foi tomado por base pela Marinha de Guerra, estando nele previstas:

     "Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo.

       Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos na época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. 
 Marinheiros no Encouraçado São Paulo
Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Grã-Bretanha, em 1909, de onde voltaram influenciados não apenas pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905.

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.




3. REINVINDICAÇÕES
João Cândido, o líder da Revolta
Conhecido como O Almirante Negro

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).
Marinheiros revoltosos. João Cândido ao centro

Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir o bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

Quatro dias mais tarde, 26 de novembro, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "inconveniente à disciplina".

4. A SEGUNDA REVOLTA